terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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Introduction.Pude sentir meu coração voltar a bater novamente. À algum tempo não sentia meu sangue ser bombeado com força em meu peito esquerdo. Foi como se eu estivesse revivendo aqueles dias, quando meu mundo girava ao redor dele. E era recíproco. Nessas horas, chego a odiar os verbos no passado.Naqueles segundos, que eram mais parecidos com horas, meu mundo girava ao seu redor, eu era sua.Sempre fui.Detesto quando me afirmam que o tempo vai curar minhas feridas. Não vai, e eu sei que não, porque já faz algum tempo que estou esperando ficar cizatrizada, mas nada passa. Já faz um tempo que estou implorando para ele sumir de minha vida - ou melhor, dos meus pensamentos - mas ele insiste em ficar.Ainda consigo sentir seu cheiro, seu toque.. Sua respiração quente nos meus ouvidos. E aquele sorriso torto, eu consigo enxergá-lo tão perto de mim.Mas nada real. À tanto tempo eu pertenço à ele, mas ele só pertence aos meus pensamentos - e nem sabe disso. Eu grito pelo nome dele, mas só consigo escutar minha própria voz, meu próprio eco como resposta.
Meu nome é Soffia Wilkness e essa é a minha história..
01. Pietro.Carlos, meu pai, sempre com sua estúpida mania de se mudar de cidade. Já tentei mil vezes o convencer de que não é saudável para uma garota de quinze anos como eu, ficar se mudando de cidade. Nunca consegui fixar meus amigos, mas para minha sorte sempre conseguia tirar notas razoáveis que o deixavam feliz. Desta vez, papai resolveu voltar para a cidade de Elaine, minha mãe, a mulher pela qual ele sempre foi apaixonado, imagino. Mas Elaine nunca o deu valor suficiente.. As pessoas perdem a noção quando se apoiam mais em seu emprego do que em sua família.Me senti totalmente perdida em meio de todas aquelas pessoas, aqueles rostos desconhecidos, desejando boas vindas a mim e meu pai. Primavera.. Decorações de flores por todos os lados, borboletas nas paredes, nas árvores.. E no meu estômago. Porque além das mudanças, meu pai insiste em me levar em festas de boas vindas? Me sentei em uma pequena colina, na grama molhada e torci para o tempo passar rápido, tentei ignorar os rostos desconhecidos e obscuros. Depois de alguns minutos, me vi deitada na grama, observando o céu.Fui atingida por uma bola de futebol, com muito mais força do que imaginei que fosse possível se colocar em um chute, acredite. Gemi alto e me sentei colocando as mãos em minha barriga, o lugar atingido.- Oh, me desculpe, por favor, me desculpe! Você está bem? - Uma voz aparentemente juvenil, mas ao mesmo tempo encantadora e grossa, falou em tom alto, rente aos meus ouvidos, mas não me importei de virar-me para observar com quem eu falava. Fiz um sinal negativo com a cabeça, me faltava ar para falar.- Eu realmente lamento, é.. Vou chamar alguém para te levar em um hospital! - Sua voz começou a ficar em tom de desespero, ou apenas preocupação, muita. Imediatamente consegui responder.
- NÃO, eu estou bem, eu estou bem! - Tentei me levantar, mas preferi não me esforçar, sabendo que, quando estou com falta de ar, tendo a desmaiar. Me virei sem olhar para olhar para o rosto do rapaz e segurei o braço dele, que estava prestes correr para buscar ajuda. - Estou bem, acredite. Não busque pessoas aqui.- Tá, não farei isso. - Eu olhei o rosto dele, que estava em minha direção, ele estava agachado ao meu lado, um olhar de preocupação. Olhos negros presos ao meu olhar. Soltei seu braço timidamente, e abreçei minha barriga. Seu cabelo negro estava bagunçado, suado.. E sua pele pálida brilhava com a luz do sol. Decidi parar de encará-lo, voltei meu olhar para minhas próprias mãos. - Tem certeza de que está bem? Não parece.. Está pálida.- Uh, eu estou. Ficarei melhor, acredite. É a minha cor, naturalmente. - Eu abri um sorriso, que se fechou timidamente ao olhar o sorriso torto e ao mesmo tempo perfeito dele.- Seu nome?- Soffia Wilkness.. - Pronuciei meu rapidamente, torcendo para que o rapaz pálido do sorriso torto não notasse que sou a filha de Carlos, o ''protagonista da festa''. - E o seu?- Pietro Garrel. - Ele sorriu sem mostrar os dentes. - Você é a filha de Carlos.. ? Oh, você está se mudando hoje! - Ele realmente pareceu feliz, isso me assustou.- Sim, estou.. - Não houve empolgação em minha frase não completada.
- Ah, seja bem vinda soffia! - Ele abriu um sorriso largo e torto na direita, encantador. - Acho que vamos nos dar bem.- Obrigada, Pietro. - Ao ver seu sorriso, consegui sorrir.. E pela primeira vez, me senti realmente alegre por dentro, por estar em uma dessas festas de boas vindas. - Acha?- Sim, sou filho de Angela.. Uma grande amiga de seu pai, e de sua mãe, também. Eles se conhecem à algum tempo.- Angela Garrel! Acho que esse nome é familiar. - Olhei para o céu, e logo voltei meu olhar à ele, novamente.- Isso mesmo. Bom te conhecer. - Ele olhou para cima, aonde se encontrava o salão de festas e acenou para alguém, sorrindo timidamente, um sorriso diferente do que eu conheci. - É sua mãe, ela chegou. Vamos subir, se sente melhor?- Bem melhor. - Me levantei da grama molhada com a ajuda de Pietro, que foi andando um pouco na frente. Eu me sentia muito bem, estranhamente bem, para meu primeiro dia na cidade de Jopiro.

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