sexta-feira, 13 de março de 2009

Frio, muito frio. Queria abrir um buraco e me enterrar, mas não dá. Eu passei por tantas mortes e quase não chorei. Mas, às vezes, dependendo de como o sol se põe por trás da ponte ou de como as nuvens se debatem formando espirais de chumbo no céu, aí eu choro... Um choro que me sacode, que vem em soluços. Eu me entrego sem resistência, em espasmos de tristeza. Eu choro pelo fim da inocência e pela escuridão do coração humano. A alma humana é um abismo - que merda! A morte já esbarrou em mim tantas e tantas vezes. Eu perdi a conta de quantas vezes o Heinrich pôs o revólver dentro da minha boca. Parece que ela não vai me pegar nunca - ou, pelo contrário, um dia, quem pega a morte de surpresa sou eu. "A Lua cobre o rosto. E depois tira de novo o véu. Mas nem por isso parece ter alguma coisa a dizer. Vou voltar para o meu lugar. Endireitar a cruz que o louco idiota derrubou brutalmente. E quando estiver tudo arrumado, eu me deito outra vez de costas, me aqueço ao calor da minha putrefação. E sorrio."
Frio, muito frio. Queria abrir um buraco e me enterrar, mas não dá. Eu passei por tantas mortes e quase não chorei. Mas, às vezes, dependendo de como o sol se põe por trás da ponte ou de como as nuvens se debatem formando espirais de chumbo no céu, aí eu choro... Um choro que me sacode, que vem em soluços. Eu me entrego sem resistência, em espasmos de tristeza. Eu choro pelo fim da inocência e pela escuridão do coração humano. A alma humana é um abismo - que merda! A morte já esbarrou em mim tantas e tantas vezes. Eu perdi a conta de quantas vezes o Heinrich pôs o revólver dentro da minha boca. Parece que ela não vai me pegar nunca - ou, pelo contrário, um dia, quem pega a morte de surpresa sou eu. "A Lua cobre o rosto. E depois tira de novo o véu. Mas nem por isso parece ter alguma coisa a dizer. Vou voltar para o meu lugar. Endireitar a cruz que o louco idiota derrubou brutalmente. E quando estiver tudo arrumado, eu me deito outra vez de costas, me aqueço ao calor da minha putrefação. E sorrio."
Parece que eu já vi esse filme.
O final é tão óbvio que chega a ficar misterioso. Ócio.Não brinque com "the kid".E eu sou "the kid".
Parece que eu já vi esse filme.
O final é tão óbvio que chega a ficar misterioso. Ócio.Não brinque com "the kid".E eu sou "the kid".
Mas afinal o que é rock n' roll?
Os óculos do John? O olhar do Paul?I need some Black Tooth Grin.Lot's of Black Tooth Grin.Black Tooth Grin!!!Black Tooth Grin!!!Black Tooth Grin!!!E um "como vai?" pra acompanhar.
Não vou parar de ouvir a voz gravada John Cusack até melhorar.
Uma mulher tem que ter alguma coisa de triste, alguma coisa que chora.
É raiva. Faz tempo que eu não me sinto com tanta raiva assim. Não me importo. Cansei de vez. Quero que tudo se exploda e fim.
Onde você se esconde?

Eu sempre achei o medo absolutamente fascinante. É um dos sentimentos mais abstratos e, ao mesmo tempo, um dos mais básicos a que o ser humano é submetido ao longo de sua vida.A partir do momento em que nos é dada a luz, já somos obrigados a encará-lo frente-a-frente. O medo do desconhecido, de um mundo inteiro com o qual devemos aprender a conviver, uma infinidade de sabores, imagens e sensações jamais vistas por nossos pequenos olhos recém-formados. Sentimos o medo, embora ainda não saibamos que nome lhe é concedido ou sequer nos demos conta de que o sentimos, de fato. Então, o enfrentamos, em parte porque não nos resta outra opção, em parte porque ainda nos sentimos acolhidos pela figura materna – mesmo fora do útero – que, teoricamente, deve servir como um apoio, um alicerce, para este primeiro embate.Alguns anos se passam e deixamos de ser aquelas criaturinhas rosadas com dobrinhas – e não, eu não estou falando de um filhote de bulldog – embora nossa aparência ainda não se assemelhe à de um homem plenamente formado. Já nos acostumamos às formas, às cores, aos cheiros. Estaríamos livres, então, do medo? Não. Adquirimos apenas medos diferentes. Medo de altura, medo de cachorro, medo de palhaço, medo da batata de óculos de Toy Story, medo da mulher dormindo, medo da loira do banheiro, medo de escuro, medo da morte...Mais alguns anos se passam e mais alguns medos se rompem. Assumimos uma fisionomia quase adulta. Não cresceríamos muito mais e, a partir de agora, as únicas coisas que se acresceriam a nossa aparência seriam algumas rugas e – e não pense que poderá fugir destes últimos, moçinho! – os tão conhecidos fios de cabelo branco. Teríamos nos livrado, finalmente, dos medos que nos assolam desde o início do início de nossas breves vidas? Ainda não, infelizmente. Nossos medos, agora, são apenas mais complexos. Eles variam de caso para caso, mas podem ser facilmente resumidos. Temos medo do futuro. Mantemos o medo do desconhecido. Temos medo de não obter o que desejamos. Temos medo de desejar e de ter medo. Temos medo de exitar, temos medo de agir. Temos medo dos atos, dos motivos e das conseqüências. Temos medo de ter medo, e por isso temos tanto medo. Temos medo de perder o que conquistamos e de... bem, de não tê-los conquistado de fato. Temos tantos medos, que eu poderia passar horas descrevendo-os, um a um.Viajamos mais vários anos a frente em nossa linha do tempo. Somos maduros, agora. Já passamos da fase das incertezas, da dos “por que?”s. Não buscamos mais a paixão avassaladora, pelo contrário. Nós somos paz, ou assim desejamos. O medo vacila, admito, mas não creio que possa desaparecer. Tememos, sim, por nossos filhos, netos, familiares, amigos. Tememos por seus medos, por seus atos, motivos e conseqüências. Tememos por nós, por eles, por todos. Simplesmente tememos. Ah, o medo...O medo é uma sombra que nos acompanha durante toda a vida. É, de fato, o único que levamos até o fim. Alguns dizem que é o fruto da insegurança, da falta de auto-estima ou autoconfiança – besteira, na minha opinião. Não. Não acredito que haja uma pessoa sequer que jamais tenha pecado pelo medo. Que jamais tenha tido medo de perder algo – ou alguém – e justamente por isso o tenha perdido. Que jamais tenha sofrido calado por medo, ou por medo consentido. Não acredito que haja imunidade contra o medo. Acredito em pessoas hipócritas o suficiente para não o assumirem. Covardes o suficiente para não o exporem. Afinal, não são só as crianças que têm medo do escuro.
Sina nossa.

O meu humor varia de lar em lar, de bar em bar. Da forma com que segura um copo ou um corpo ou geme em um esforço quase inútil para modifica-lo. Ele muda como maus tratos mal vistos e abstratos a cada coração que visito e cada emoção que desdobro e cada unha que descasco, como tem de ser. E me serve de abrigo, pois abrigo nessa cidade não há. E me serve de depósito para cargas e mais cargas de sacos cheios de boas intenções, carinho e subserviência. E me serve de troféu pela abundante paciência que nos falta. E me serve de relógio, registrando, minuto por minuto, segundo por segundo, dia após dia, quanto tempo nos resta até a eternidade. E me serve de orgulho, por ser essencialmente inabalável e superficialmente frágil, como (todas) as coisas deveriam ser. E me serve de crachá, de aviso, de proteção, de fuga.E me servirá de consolo quando nada mais servir.O meu humor, que varia de bar em bar, de lar em lar, pode ter a forma de um copo ou corpo e gemer em um esforço quase inútil para modificar-se. Ele tenta mudar como maus tratos mal vistos e abstratos a cada coração que visita e cada emoção que o desdobra e cada ferida que descasca, como tem de ser. E não possui abrigo, pois abrigo nessa cidade não há. E não possui depósito, pois sacos, já cheios de boas intenções e carinho e subserviência, ficam cheios! E não recebe troféu, pela obrigatoriedade que carrega como fardo. E não possui relógio, pois é eternidade. E não tem orgulho, por ser superficialmente inabalável e essencialmente frágil, como (todas) as coisas são. E não possui crachá, aviso, proteção ou rota de fuga. E me servirá de consolo quando nada mais servir.Servirá de consolo quando nada mais me servir.
Essa é a minha chance!

Foi um sorriso tão doce, mas coberto de amargura, coberto de um passado inexplicado. Uma boca fechada me diz tudo, e é desse tudo que eu só preciso de um pouco, pra ajudar a tampar isso que dói no fundo do meu peito. Foi tão feliz, que ao toque dos meus cílios, se transformaram em lágrimas, de tristeza. Foi apenas isso que sobrou após sua ignorância. O que eu quero não é nem metade da metade do que tu tens, é só aquele muito do pouquinho de atenção que tu me davas quando nós éramos amigas. A gente acabou, mas não significa que viramos inimigas, então até onde essas atitudes irão te levar? me diga? eu poderei te ajudar, quem sabe te acompanhar, fazer tu mudar, fazer tu voltar.Eu acho que está na hora certa pra mim crescer, não irei ficar para trás. Espere só um segundo, não irá demorar, eu aprenderei rápido as coisas que necessito.
Influencia

Olha que legal, o que está passando na MTV, aquelas pessoas com cabelo colorido, vou fazer em mim também, não me importo se é só por que geral está usando, quero ser legal, moderna que nem as garotas do myspace. vou ser diferente, e esnobe, afinal é assim que se vira Pop. Vou repicar todo cabelo, não me importa com qual animal eu vou me parecer, vou me furar inteira, não me importo se depois não vou conseguir trabalho, eu preciso ser legal, preciso ser diferente, se não for, afinal, como vou pegar os gatinhos? Vou sair com as minhas amigas, usar calça colada, blusa colorida e me sentir super cool, não me importa se depois vão me chamar de paga-pau, vou rir da cara deles e dizer que sou legal. Vou Fumar, beber, fazer de tudo e um pouco mais, vou pra festas todo dia, de segunda a segunda, badalar com a galera, não me importa se repetir de ano na escola, afinal, a vida é aqui fora. Vou ser como todo mundo, vou ser tão legal, vou fazer parte da massa, já nem ligo em ser especial. Quer saber de uma coisa, isso já não está na moda. Agora o meu negocio é funk, vou ir no morro e virar mulher de jogador, sair com traficante, vou descer até o chão, não me importa se as letras me agridem, ou desvalorizam, vou virar mulher frutinha, aparecer na televisão, vou dançar e rebolar no domingo no Faustão. Vou ganhar pensão do marido, quando agente separar, vou fazer escândalo na rua, só pra mídia me notar, quero ficar famosa, todo mundo vai gostar, ser igual a todo mundo é cafona, quero mesmo é me destacar, vou colocar silicone, ter peitão, bocão, bundão, não me importa se não for mais assim tão natural. Tudo bem, não vai dar certo, vou ser mais coerente, continuar minha faculdade, e deixar de ser tão influenciavel, isso é coisa de adolescente. Mas vocês viram a moda nova? Até passou no jornal, aquelas meninas de moicano, acho que vou fazer igual.
Depressão.

Depressão. Aprendemos na escola como alguma coisa contrária a planaltos, talvez. Fundas, rebaixadas. E é quando crescemos que aprendemos que pode ser muito, muito pior do que simplesmente cair de nível. Depressão como estado de espírito, como meio de viver. Depressão: algo em que a grande maioria das pessoas se agarra pra existir. Todos negam, mas a melancolia é tudo que temos de verdade, sabendo que não nos deixará. Ser feliz requer esforço, coragem. Necessita que nos tornemos aptos a dar de ombros às dívidas, aos inimigos, aos amores mal resolvidos. E que abramos os olhos e respiremos sorrindo, como quem descobre a vida com gosto de céu. Ser feliz é muito mais arriscado do que se resignar com a tristeza; porque um dia, a felicidade acaba, e a depressão, não. E essa incoerente sensação de temer mudanças nos impede o tempo todo, é ela que nos prende. Os humanos são estranhos, e se digo na terceira pessoa é porque, sim, eu não me penso humana. Sou bem menos e tão mais; sou só feita de amor, e à ele eu sirvo. Temo - erro humano, mas ignoro os temores vez após vez, e me atiro à busca de novos dias. E a estranheza dos humanos, para mim, é que eles temem mais a mudança do que a infelicidade da estagnação. Mudanças podem ser positivas sim; e ficar parado no meio da dor é sempre ruim. Então, entre aceitar ser infeliz e arriscar meu próprio destino.. Já não falta um passo, me vejo caindo do precipício; sem certeza alguma, mas com toda esperança de que algo há de me segurar.

segunda-feira, 2 de março de 2009

She tempts me

Os olhos dela me assombram. Seu toque queima-me. O Coração verdadeiro é a espada flamejante, e eu sou a impura filha da puta que se apaixonou por ela.
Ela me atormenta.
Ela me tenta.
O nome dela escorre pela minha língua quando eu o sussurro. Pura, que significa. E eu sou nada, mas. Meu passado ofusca tudo o que eu sou, tudo o que me tornarei. Morte atrás de mim, e os meus pensamentos são violentos. Potente. O Sangue torna-se um casaco em minhas palmas. Um imutável lembrete de que eu sou uma assassina, uma arma para a melhor oferta. Eu sou o demônio marchante que se tornou enfeitiçado por um anjo.
Quando ela aperta-lhe os meus lábios, algo dentro de mim quebra e sinto-me desesperada, urgente, ardente e apaixonada. Ela sussurra meu nome entre os beijos como uma bênção
Você machuca o meu coração, ela disse. Eu segurei o seu frágil coração humano, e triturei-o antes que eu soubesse o que estava fazendo. Toda vez que eu a empurrava, eu sufocava em minhas palavras. Eu vacilei. Recuperei-me. Eu asfixiei com o meu melhor jeito demoníaco e sorri, pretendendo que ela não me fazia sentir como que estivesse sendo queimando de dentro para fora.
Então ela vai levantar os olhos para conhecer os meus...
Nos seus olhos, vejo a minha perdição.
Meio-dia.

Eu queria escrever sobre essa sensação estranha, tentar descrevê-la por meio de metáforas vagas e convidativas. Falaria da agonia, do nó, na dor de cabeça misturada a minha sede de samba, essa grande confusão. Queria escrever sobre lágrimas, as minhas que não saem e esse choro silencioso e enxuto que está em mim, que mora em mim. Mas essa dose de melancolia é extrema, é contra-indicada e não cabe nos meus poros, entende? Nada de frases repetitivas, de coisas não ditas e músicas perdidas, chega. Chega também de tentar falar de você só para o texto ficar mais bonito, só porque aprendi a te traduzir bem com as palavras – na verdade, é a única forma que sei. Queria escrever linhas e mais linhas dizendo o quão lindo foi escutar a nossa música ontem, ou melhor, as tantas músicas que te fazem lembrar de mim reunidas em uma só voz, ao vivo. No entanto, já me proibi de destinar qualquer coisa a você. Aí, me vem à idéia de gritar esses versos para o mundo, para qualquer canto que saia desse quarto cheio de lembranças e fotos, essa necessidade de ser arte e de encontrar arte. Tem uma coisa que esqueci de te explicar ou não levas muito a sério: sou movida à energia, poderia escrever um monte de coisa sobre isso, te explicar direitinho a minha cara feia ontem, os pés que sambavam com dificuldade e o meu medo de estar sozinha em um jardim mal plantado. Isso, jardins. Juro, falaria do cheiro hipnotizante de jasmim e a o motivo da minha preferência. Te diria porque magnólia e desmentiria a tua frase das rosas amarelas, inclusive seria capaz de confessar que sou uma péssima criadora de plantas. Ou apenas fecharia os olhos e deixaria as letras se aglomerarem, me deixaria fluir até transbordar por não sei onde. Sim, posso te explicar o óculos escuros e as lágrimas e tal, mas não quero, melhor, não sai. Pode ser que um texto sobre qualquercoisaquepercaoar, que alague a alma ou pode ser um que pegue pela mão e faça tudo se transformar em roda. Um buraco no meio do peito chamado saudade, que tal? Que tal algo que represente a minha ultra-sensibilidade?Quem sabe aquilo de apenas procurar, aqui por dentro, uma fase que diga tudo e ao mesmo tempo nada, o meu nada. Quem sabe um texto, só um texto. Mas, tantas linhas em vão somente para tentar dizer um não sai, não quero. Ou quem sabe só um você é o estandarte da agonia que tem a lua e o sol do meio-dia.